quinta-feira, julho 29, 2010

Recomeço

Enquanto a imagem turva da lua cheia o refletia no balançar da água doce, a noite se formou. Uma calmaria, cheia de estrelas, silenciosa. Cenário que se contrastava com o turbilhão de pensamentos dentro dele, que brincavam e brigavam procurando uma saída, de algo sem volta.
Suas mãos trêmulas ainda percorriam os longos fios de seu cabelo liso. Os pés descalços mergulharam na água gelada. Noite fria e cabeça quente. Tudo que ele podia ouvir era a retrospectiva daquele som forte, que parecia ainda ecoar nos arredores dali.
Agora de nada adiantava um possível sentimento de culpa, ele também precisava desenhar o seu destino, antes que alguém apagasse. Em sua cabeça ainda voltavam às imagens da traição e o nó na garganta ainda prevalecia.
Era só ele, preso em seu próprio esconderijo. E antes que largos passos cantassem na vegetação a procura de um culpado, ele finalmente criou coragem, de livrar-se dela. Levantou ainda sobre as pernas bambas e antes que mais uma lágrima pudesse cair, um tiro ecoou na madrugada. O assassino estava morto, o mesmo, aquele que matou e em seguida morreu. De amor.

5 comentários:

  1. Recomeçar é sempre bom. Poder viver e fazer de novo coisas que já estavam esquecidas, mas não tão esquecidas que ainda vivem dentro da gente. Recomeçar pra mim foi importante, (não recomeçar a escrever, mas enfim...)você sabe, mas tenho certeza que recomeçar a escrever vai ser ótimo. Pra você e pra gente que pode ler textos ótimos tipo esse. Eu adorei mesmo e vc vai ter que me ensinar a escrever histórias, Mari. hahaha um beijo :*

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  2. Curto e impactante! Tô louca pra ver /ler o que mais vem por aí... Beijos, Mari!

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  3. Puxa Mari, adorei o texto!
    Tô vendo que vou gostar muito do seu blog!
    bjim

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  4. e esse texto teve a aprovação de quem?
    kkkkkkkkkk, já te disse Mari, ficou muito bom!
    beeijo

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  5. Parabéns pelos seus textos, bjos... Denise (503) .

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