quinta-feira, setembro 16, 2010

Sem ofensas, tenha um bom dia

É incrível como as pessoas estão cada dia mais impacientes, intolerantes, estressadas e principalmente mal educadas. Na semana passada, quando entrei no elevador do prédio em que moro, avistei um senhor, bem velhinho, no alto dos seus 80 anos. Educadamente lhe disse:

- Bom dia, senhor!
Ele pareceu me ignorar, pensei que talvez ele não tivesse me ouvido, insisti.
- Bom dia, senhor!
Dessa vez, ele me olhou por debaixo dos seus óculos e mais uma vez não respondeu. A porta do elevador se abriu e ouvi um sussurro no corredor do térreo.
- Que gente insistente!

Naquele momento a frase correta seria “ Que gente insistente?” ou “ Que gente mal educada?”. Em pleno século XXI , ouve-se muitas reclamações acerca da falta do cavalheirismo masculino, ou da falta de bom dia, boa tarde e até mesmo daquelas palavrinhas mágicas que aprendemos ainda no jardim de infância. Recordemos: obrigada, com licença, por favor, como vai? E por aí segue a lista que a tia Maria nos ensinou anos atrás em sala de aula.

Ao invés de cobrarmos educação, tolerância e paciência um dos outros, deveríamos talvez adestrar a sociedade. Esse senhor um tanto quanto simpático precisaria passar por esse processo, já que ele deve ter se esquecido de como se utilizar de boas maneiras - e olha que os idosos é que levam a fama de super educados.

Os jovens? Como diria a minha avó “Ah! esses estão perdidos.” Com seus cabelos e roupas de todas as cores, entram no ônibus, ignoram o motorista, esbarram nas outras pessoas com suas mochilas gigantes e adivinhe só? Não pedem desculpa. O próximo passo é se sentar em um dos bancos –alguns deles destinados a idosos, gestantes e crianças de colo- ligar o seu mp4, 5 ou 6 no volume máximo e literalmente fingir que estão sozinhos. Convenhamos, essa não é lá uma postura muito bonita!

Quando falo em adestrar as pessoas, me refiro à desumanização que ocorreu do século XIX para o século XXI. Os idosos, com todo respeito à melhor idade, não andam muito agradáveis, normalmente estão amargurados e se aborrecem com um simples bom dia. Os jovens também deixam a desejar, se sentem auto-suficientes demais para notar a existência de outra pessoa. Dessa forma, é impossível estabelecer alguma comunicação, não é mesmo?

Se a expressão “educação vem de berço” for realmente verdade e você não é o tipo de pessoa muito educada, já está na hora de discutir com o seu pai e a sua mãe onde foi que eles erraram ou onde é que você não aprendeu. Se essa conversa não bastar, vale ligar pra tia Maria do jardim de infância, lembra? E pedir pra ela uma revisão daquela aula que você faltou sobre boas maneiras.

Francamente, se educação é primordial para a convivência, grande parte dos brasileiros não pode nem mesmo sair na rua. Esse é o momento de reaprender a conviver. Acho que eu começo pelo 802, no andar daquele velhinho simpático!

quarta-feira, agosto 18, 2010

Um texto feliz

Durante um tempo, pouco tempo, a tristeza foi bem íntima de mim. Sentou-se ao meu lado, e não desgrudou. O meu sorriso no rosto nunca lhe permitiu esse espaço. Não se da uma importância tão grande pra um sentimento tão ruim. Mas dessa vez foi diferente, por dias, poucos dias, ela me impediu de pensar, de refletir e principalmente de aceitar. Aceitar as coisas como são. Como realmente DEVEM ser.

Alguém me pediu, no meu período triste, que fizesse um texto feliz. Era impossível, porque ela estava comigo, ela não iria me deixar. E eu ? Ah, eu não quis colocá-la pra fora, afinal, mesmo que indesejada é muito feio expulsar a visita. Esperei um tempo, fui cordial, até perceber que ela veio pra ficar, e ainda trouxe as malas.

Pedi que saísse educadamente, ela fingiu não me ouvir, insisti, ela implorou pra ficar. Era hora de dar um basta naquela folgada. Recorri aos meus bens mais valiosos. Os amigos. Foram eles que tentaram entrar em casa nas horas difíceis. Mas, eu não abri, estava muito ocupada com a minha hóspede.

Foram eles. Vocês. Amigos, que foram corajosos pra despejá-la e me ajudar a organizar a bagunça que ela deixou na casa. São vocês que, todos os dias, colocam o sorriso no meu rosto, vocês são os maiores responsáveis por tudo aquilo que me faz bem. Sei que não é necessária uma só palavra, pra que os meus amigos de verdade, saibam que são importantes.

Mas é, que quando eu resolvi voltar pro mundo, eu estava rodeada de vocês, cercada de felicidade. Parei pra pensar, em todos os momentos em que vocês estiveram presentes, nas melhores, e piores horas, nas minhas conquistas, e nas de vocês. Os nossos momentos juntos já são suficientes pra sentir muita vontade de viver.

Um texto de agradecimento, não é o bastante para demonstrar o quanto vocês são essenciais na minha vida. Isso vale pra todos os que diariamente, me escutam, me ensinam, me acompanham e principalmente, me fazem muito feliz.

Á vocês eu dedico, finalmente, um texto feliz!

domingo, agosto 08, 2010

Lembranças

Agora já não é tristeza, é ausência de felicidade, não é dor, é saudade. Eu tava olhando o significado dessa palavra que dói tanto, saudade. No dicionário, a definição é, “Recordação nostálgica e suave de pessoas ou coisas distantes, ou de coisas passadas.” Mas a verdade é que pra cada pessoa, essa palavra tem um peso único. A saudade é sempre a mesma, mas pode aparecer de forma diferente. Tudo depende da intensidade e do momento em que ela surge.

Eu acreditava que saudade, era saber que alguém que eu amava muito, estava longe de mim e que nosso reencontro demoraria muito. Agora, saudade é saber que essa pessoa não vai me esperar chegar. Eu achava que quando eu sentisse saudade eu poderia ligar e perguntar sobre a vida, os amigos os amores. Hoje eu penso que, saudade é ter esse alguém muito mais distante e nunca mais receber notícias do seu paradeiro.

A intensidade da saudade aumentou e o momento mudou. E quem disse que a vida da gente não muda? E quem tem o poder de saber o que é certo ou errado? A realidade dói, a vida dói, a saudade dói. Mas a lembrança não. A lembrança do sorriso, das manias, das brincadeiras, do cheiro, do sotaque. Lembrar de tudo isso, vivifica uma cena, uma história, um momento. E lembrar reafirma uma só coisa, que foi importante.

Quem é que se esqueceu do gosto daquela comida que há tantos anos não se encontra? Quem é que se esqueceu do brinquedo preferido quando era criança? E da professora do jardim de infância? Quem é que se esqueceu do primeiro amor? Do primeiro beijo? Do(a) primeiro namorado(a)? Quem não se lembra de uma briga com o pai? E que depois se transformou em lágrimas e pedidos de desculpas? Quem é que consegue se esquecer de pessoas marcantes, objetos marcantes, filmes marcantes, fatos marcantes? Quem é que esquece de si próprio? As minhas lembranças formaram a pessoa que sou.

Escrevendo esse texto, me lembrei de tantas pessoas, que já fizeram parte da minha vida e que hoje não tenho mais contato. Me lembrei de tantos momentos, que por hora pareciam insignificantes e que hoje são recordados como os melhores que já vivi. Senti muita saudade, ri sozinha, senti nostalgia, e tristeza. Tristeza por sentir tanta falta daqueles que já foram, de coisas que não voltam mais.

Tanta coisa aconteceu esse ano e agora eu realmente dou valor no que já me falaram um dia. Se você tem saudade de alguém e esse alguém ainda pode saber disso, diga a ele o quanto ele te faz falta. Não ligue amanha, não visite amanha, não beije ou abrace amanha. Não deixe que as pessoas que você ainda tem acesso, se transformem somente em lembranças. Lembrar é bom demais, mas, se juntos, vocês ainda podem viver algum momento, realizar alguma ação, aproveite! No futuro esse alguém poderá ser a sua melhor lembrança e a sua maior saudade.

Recordar é bom demais. Mas, sinceramente? Eu prefiro viver.

segunda-feira, agosto 02, 2010

Pra sempre meu xuxu

Eu quero acreditar que você tá em Ouro Preto, feliz daquele jeito de sempre. Há 10 dias você me contou das suas férias em Belo Horizonte. Eu quero acreditar que você vai entrar no MSN a qualquer momento e dizer “ oi xuxu”, “oi guminho”, “oi fumo goiano” ou simplesmente, “ oi blz?”, nos seus piores dias. Quero acreditar que tudo aquilo que você já me disse é verdade. É! Você me disse que a gente manteria contato até quando fossemos velhinhos, na porta de casa e chupando melancia, Hahahaha, palhaço. Como as suas piadas são péssimas.

É, eu queria que isso fosse só mais uma piada, muito sem graça por sinal. Eu queria acordar desse pesadelo e te ligar pra saber que você tá bem. Eu to aqui esperando uma mensagem sua e até agora não chegou. Sabe de uma coisa? Tem três Diogos nos meus contatos quando eu vejo mais de um na lista, eu coloco o mouse em cima, pra ler o seu email. E sabe do que mais? Hoje eu coloquei e não vi. Hoje você não entrou.

O que vi, é que isso realmente não é brincadeira, pesadelo, piada ou ilusão. E como você sempre me dizia “ Que ironia do destino hein xuxu?”. Mais uma vez ela esteve entre nós. Primeiro pela forma que nos conhecemos, só nós sabemos quantas coincidências aconteceram pra gente dizer “prazer meu nome é.” Coincidências? Não não, você não acreditava nisso, só nós sabemos o quanto deveríamos nos conhecer.

É com o seu otimismo de sempre que eu digo: OBRIGADA DEUS, por ter conhecido o Diogo! E foi tão rápido! Mas teve tanta ternura. Você saberia do que eu estou falando. Aliás, você acharia tudo isso tão repetitivo, porque VOCÊ era a única pessoa que sabia de tudo. Nessa história você foi o protagonista.
Nós que te amamos, vamos ficar bem, por você. Porque você pediria isso. E sabe o que eu to lembrando? Você ficou com muita raiva porque não nos despedimos da última vez que estive aí, e eu me lembro sim, depois de uns dias você disse “ Quer saber, a gente não se despediu porque não era uma despedida, a gente ainda vai se ver demais.” E não era mentira, eu repito,a gente ainda vai se ver demais. Temos a eternidade pela frente.

Suas mensagens, emails, textos, músicas, depoimentos, estarão guardados, pra quando a saudade apertar eu reler e perceber o quanto de ensinamento você ainda me deixou. Brigada! E já te agradeci tanto né? Afinal, serviço de anjo da guarda não é fácil.
Bom, eu poderia prolongar e relembrar você até rebobinar e prolongar de novo, e relembrar mais e voltar. Mas não, não é você quem me disse que a gente se conhece melhor do que qualquer pessoa? Você sabe do que eu to falando.

Agora eu entendo que quando eu te disse aquela frase “Que belo seria se as boas possibilidades não se distraíssem na realidade” e você me devolveu dizendo:“ Quando o que tenho são só lembranças, eu gosto de lembrar” você já sabia de tudo. Eu percebi sim.

O SEU texto, tá aqui no MEU blog, que você tanto insistiu pra que eu fizesse. Pena que não deu tempo de você ver. Você sempre confiou em mim, agora é a hora de eu colocar em prática o que aprendi com você e confiar em Deus e em você, se essa era a hora. Obrigada por se esbarrar em mim e ter acrescentado tanto na minha vida.

Termino por aqui com a última frase que você me mandou naquele último email “ Só digo que enquanto eu só tenho lembranças, eu vou lembrar, e gostar de lembrar...não tem como eu esquecer de alguém como você.”
- Nem de você, Diogo!

quinta-feira, julho 29, 2010

É tempo de recomeço

Há sempre um tempo para arriscar e tentar retomar atividades e costumes. Há sempre um tempo pra recomeçar, na vida, no amor, nos comportamentos e hábitos. Todos mundo já recomeçou, ou pelo menos tentou.
É claro que tudo pode ser encarado como desafio, mas depende de você tentar se superar.
Eu recomeço a escrever. Hoje. Quem sabe eu consiga dar continuidade a esse hábito quase esquecido?
O primeiro texto do blog será intitulado de RECOMEÇO. Lá vou eu tentar me superar.

Recomeço

Enquanto a imagem turva da lua cheia o refletia no balançar da água doce, a noite se formou. Uma calmaria, cheia de estrelas, silenciosa. Cenário que se contrastava com o turbilhão de pensamentos dentro dele, que brincavam e brigavam procurando uma saída, de algo sem volta.
Suas mãos trêmulas ainda percorriam os longos fios de seu cabelo liso. Os pés descalços mergulharam na água gelada. Noite fria e cabeça quente. Tudo que ele podia ouvir era a retrospectiva daquele som forte, que parecia ainda ecoar nos arredores dali.
Agora de nada adiantava um possível sentimento de culpa, ele também precisava desenhar o seu destino, antes que alguém apagasse. Em sua cabeça ainda voltavam às imagens da traição e o nó na garganta ainda prevalecia.
Era só ele, preso em seu próprio esconderijo. E antes que largos passos cantassem na vegetação a procura de um culpado, ele finalmente criou coragem, de livrar-se dela. Levantou ainda sobre as pernas bambas e antes que mais uma lágrima pudesse cair, um tiro ecoou na madrugada. O assassino estava morto, o mesmo, aquele que matou e em seguida morreu. De amor.